Fervendo no Frevo! (por Rafael Ferraz)


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O Guitarrista pernambucano Luciano Magno lança seu metódo de guitarra frevo e fala as particularidades desse estilo tão brasileiro

Como você começou a se envolver com esse estilo, o Frevo?

O Frevo sempre esteve presente na minha vida, desde a infância, seja nos discos que escutava em casa ou nos bailes de carnaval da minha cidade natal.
Sempre achei o ritmo muito interessante, enérgico e envolvente, sem falar que é preciso desenvolver uma boa técnica para tocá-lo em qualquer instrumento, como solista ou até mesmo para quem está acompanhando, pois a troca de acordes é muito constante e suingada, com síncopes e contratempos surgindo intensamente.

Qual a origem desse estilo?

O Frevo nasceu no Recife, no final do século XIX e é originado da mistura de marcha, maxixe e capoeira. É um ritmo e dança ligados ao carnaval, composto para alegrar o povo.

Sobre o livro, em que momento você achou que seria a hora de escrever um material focado nesse estilo?

Antes eu estava elaborando um método com ritmos brasileiros, englobando um pouco de cada coisa, onde predominava o choro, o samba, a bossa, o baião. Mas acabei sentindo a necessidade de lançar um método focado na improvisação no frevo. Quando fui procurado pelo Deivid Miranda, da DPX Editorial de São Paulo, para fazer uma parceria e lançar um método meu, para guitarra, resolvi então focar no frevo.

Quais as principais características do Frevo?

No âmbito da música instrumental, o frevo é parecido com o jazz. Vem da mesma linhagem. A forma é muito semelhante. O diferencial está no sotaque, no jeito de tocar, nas frases que lhe são peculiares. O andamento acelerado e as síncopes e contratempos constantes que aparecem na melodia, somados a uma linha melódica muito forte, dão a este gênero um status igual ao do choro na música brasileira, por exemplo.

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Em que o aprendizado desse estilo pode ajudar os músicos que não dominam essa praia de som?

Creio que além de servir para deixar a sua técnica mais apurada, este gênero contribui para nos ajudar a desenvolver um senso melódico interessante e preciso, pois o reflexo precisa acompanhar o pensamento instantâneo. No lado harmônico, ele também trará uma grande contribuição, com uma troca intensa de acordes e muito balanço.

 Quem são os principais nomes, antigos e atuais, que representam o Frevo, e mais precisamente o Frevo na Guitarra?

São muitos nomes que representam o frevo. Compositores como Nelson Ferreira, Capiba, Luiz Bandeira, Sivuca, Dominguinhos, entre tantos outros que deixaram um importante legado para a nova geração. Maestro Duda, Edson Rodrigues, Maestro Ademir Araújo, que ainda estão atuando com muita garra e competência. Tem o Moraes Moreira que é baiano mas, tem uma importância incomensurável na propagação do gênero, colocando várias músicas nas paradas nacionais. Hoje temos nomes como André Rio, Maestro Forró, Maestro Spok (que fazem parte da nova safra, da qual eu pertenço).
Na guitarra, temos nomes como Armandinho Macedo, Heraldo do Monte, Robertinho do Recife, Paulo Rafael que gravaram frevos e contribuíram com muita importância na difusão deste ritmo, originalmente brasileiro.

Na nova geração de guitarristas, sinto muito prazer em ver nomes como Cacau Santos, Fred Andrade, Renato Bandeira, Jubileu Filho, entre tantos outros, tocando frevo. Assim, o ritmo vai chegando cada vez mais.
Fico muito feliz em ver hoje, a meninada interessada no frevo. Fiz recentemente, a direção de um Festival de Guitarras em Fortaleza-CE e vi uma grande vibração e interesse por parte do público presente. Isso se dá em todos os lugares por onde a gente passa com o frevo. Aqui, na Europa, nos EUA.

Outra coisa muito bacana é que recebo periodicamente uma grande quantidade de solicitações por email ou mensagens nas redes sociais, de instrumentistas que querem as partituras dos meus frevos.  E não pinta somente guitarristas. Já tem pianistas, instrumentistas de sopro e acordeonistas tocando os meus frevos.
Destaco, “Pisando em Brasa” (em que ganhei o 1º lugar e melhor arranjo no Festival de Música Carnavalesca do Recife 2011, “Frevo Mágico” e “Engasga Gato” que estão entre os mais pedidos).

Você é patrocinado por uma grande marca nacional, a Condor. Como você vê o mercado atual das marcas nacionais?

É bom ver o fortalecimento da indústria nacional. Tenho uma parceria de 13 anos com a Condor Guitars, onde construí um forte laço de amizade e de respeito. Visto a camisa com muito empenho pois sei da qualidade dos seus produtos. Da mesma forma, utilizo outras marcas nacionais, de peso no mercado. A NIG cordas e pedais, os cabos Santo Angelo e os amplificadores Meteoro. Todas estas empresas tem um alto padrão de excelência e um respeito muito grande aos seus parceiros. Uso e assino embaixo.

 3582922b3904e9c8c7a1d5b888886ecc762 Voltando ao livro, é um ótimo documento sobre um estilo tradicionalmente nosso. Você tem a intenção de lançá-lo no exterior para ampliar o conhecimento desse ritmo?

Sim. No contrato que assinei com a editora DPX, já incluímos esta possibilidade.
Tenho feito inúmeras turnês internacionais ao longo dos últimos 15 anos e vamos mantendo contato com músicos de diversos lugares. Quando a gente toca frevo ou qualquer outro gênero brasileiro desta linhagem, somos muito respeitados e tenho certeza que a sistematização do ensino musical destes ritmos, poderão trazer uma visibilidade ainda maior para a nossa música, lá fora.

Onde os leitores podem adquirir o livro?

Através do site: www.livrosmusicais.com.br
É fácil de comprar, eles entregam pelos Correios, com agilidade.
O método também estará disponível brevemente nas principais lojas do ramo.

Para saber mais sobre Luciano Magno acesse: www.lucianomagno.blogspot.com.br