O mestre da guitarra country brasileira Marcio Alvez (por Rafael Ferraz)


582555_394192477341887_855420837_nO Mestre da guitarra country do Brasil lança seu primeiro método e fala sobre este fabuloso universo.

Quando surgiu seu primeiro interesse pelo Country?

Marcio:  O primeiro contato foi com uma vídeo-aula super antiga do Albert Lee no fim dos anos 80, mas na época não tive interesse e foi quando um amigo que tocava o estilo na noite de São Paulo vivia falando para eu estudar porque seria algo legal, que acrescentaria, essas coisas, mas eu estava em outra até então, início de 1997.

Eu trabalhava em uma casa noturna quando pintou uma banda de country para dar uma canja e eles não tinham guitarrista, então eu me ofereci para indicar um amigo e no final das contas acabei pegando a vaga. Em principio era só mais um trabalho mas com o tempo fui pegando gosto pelo estilo e acabei caindo de cabeça. Pois é, meu amigo tinha razão! (Risos)

De onde partiu a ideia ou se foi, de certa forma, uma necessidade, lançar um material falando especificamente sobre a Guitarra Country?

Marcio: Na verdade eu não tinha essa intenção no começo, mas um dia conversando com meu amigo Lailton Alves pelo Facebook, que é designer e tem uma agência de promoção visual (faz logos, essas coisas), perguntou se eu tinha algum tipo de projeto para divulgar o meu nome, se eu tinha alguma marca etc, e eu disse que não. Perguntou se eu tinha um trabalho, um CD, essas coisas, eu também disse que não, então ele me sugeriu lançar um livro pois ele sabia que eu tinha material suficiente para isso e foi quando ele me apresentou o Deivid da DPX editorial, e o livro rolou, aliás, sou muito grato aos dois, me deram um grande apoio e acreditaram no meu trabalho.

Como foram as gravações dos áudios do CD que acompanha o método?

Marcio:  Gravei tudo na minha casa. Eu tenho um home studio simples mas que resolve a minha vida!

Todos os sons que ouvimos foram gravados na sua casa?

Marcio:  Sim, eu programei os eventuais baixo, bateria e algum teclado, as contagens. Só a música de abertura do livro que o baixo foi gravado pelo Edson Barreto que toca comigo na banda do Leonardo.

Gravei as locuções, gravei as guitarras com um amplificador (fiz questão de gravar microfonado e não usar simulador), mixei e masterizei, fiz tudo.

Quais características que mais te chamam a atenção nesse estilo?

Marcio:  Olha, a precisão técnica, rítmica e o senso melódico. É um jeito de tocar guitarra muito agradável para o guitarrista e para o ouvinte.

Como funciona a ideia de improviso no country? Pelo que percebo, é um estilo em que qualquer “deslize” é fatal. Como conciliar o lance de ser espontâneo com o fato de exigir a “perfeição” técnica que o estilo pede?

Marcio:  Essa é a grande dificuldade de se tocar esse estilo! É exatamente isso, eu acho extremamente difícil improvisar do country, apesar de apresentar harmonias muito simples. O guitarrista tem que ter um monte de truque debaixo da manga, dominar uma serie de clichês, licks, frases, além de ter que praticar o improviso sempre.

Eu mesmo no livro digo que não sou um “country man” legítimo, apesar de curioso e apaixonado pela guitarra country, tanto que nas músicas em que toco no estilo procuro memorizar os solos e me arrisco pouco nos improvisos, ainda estou trabalhando isso… (Risos).

Hoje em dia como está o mercado para o músico que domina o estilo Country? Os novos artistas do chamado “Sertanejo universitário” não parecem ter mais tanto interesse pelas raízes desse estilo como eram as duplas dos anos 90…

Marcio: Confesso que o estudo desse estilo me abriu muitas portas no mercado, além de ter melhorado muito meu jeito de tocar guitarras, mas a música Country não é um gênero muito popular no Brasil, aqui o povo gosta mesmo é de Sertanejo! O Sertanejo já flertou com o Country muitas vezes. Hoje em dia esse novo Sertanejo, o “universitário”, está mais para Pop ou Pop Rock do que Country.

Quais são os “papas” do assunto Guitarra Country e quem são os caras que inovaram aplicando o country de uma forma menos convencional?

Márcio: Bem, os guitarristas que de uma certa forma “moldaram” a sonoridade do estilo foram Chet Atkins, Jerry Reed, James Burton e Albert Lee. Atualmente os principais nomes da guitarra country são Brent Mason, Brad Paisley e Johnny Hiland. E nomes de guitarristas que têm inovado o estilo eu poderia citar Andy Wood, que é um jovem guitarrista americano e que tem mostrado um jeito de tocar country com extremo virtuosismo, é um guitarrista incrível! Keith Urban é um bom nome também, um cara mais pop que canta e que toca muito bem, faz muito sucesso!

E você tem planos para lançar um CD ou algum trabalho baseado no estilo Country?

Marcio:  Então, eu tenho sim planos de lançar um trabalho, não sei quando, mas quero. Mas não vai ser um trabalho baseado só em Country, quero tocar outras coisas que gosto. Provavelmente terá músicas influenciadas pelo estilo, aliás, meu jeito de tocar outros estilos, pode ser Rock, Pop, Fusion, é bem influenciado pela técnica da guitarra country. Procuro sempre incorporar as técnicas nos meus improvisos mesmo sendo outro estilo.Tenho também a ideia de lançar uma vídeo-aula sobre o assunto, mas não tenho nada firmado ainda, muita gente tem me perguntado sobre essa possibilidade e acho viável… Seria ótimo produzir esse material!

Quais conselhos você pode dar para quem quer ir fundo no estudo desse estilo?

Márcio: Ouvir muito e muito, tanto os guitarristas mais antigos quanto os mais modernos. Tirar muita coisa de ouvido e, se possível, procurar uma banda que toque esse estilo. Ah, e comprem meu livro! (Risos)

Como têm sido os trabalhos de divulgação do livro?

 Marcio:  Bem, eu tenho feito minha parte, coloco fotos da capa na internet e algum comentário sempre que posso, alguns áudios também, o Facebook é uma ótima ferramenta para isso. O livro também está à venda na Freenote, que é a principal loja de livros didáticos musicais do Brasil.

Quantos instrumentos você toca?

Marcio: Bem, meus instrumentos principais são a guitarra e o violão, mas para aumentar o alcance do meu trabalho resolvi me arriscar em outros instrumentos de corda e acabei adquirindo um pedal steel, mandolin, dobro roundneck (braço redondo) e dobro squareneck (braço quadrado) e passei a estudar o básico de cada um deles, quer dizer, eu não sou um expert nesses instrumentos mas aprendi o suficiente para poder trabalhar, principalmente em estúdio. No caso do pedal steel, não apenas em estúdio, mas ao vivo também! Toquei muito pedal steel nos shows do Leonardo!

As particularidades desses instrumentos são as afinações diferentes, no caso do dobro e do mandolin. Já no caso do pedal steel, ele possui um mecanismo exclusivo, tornando ele um instrumento bem diferente do da guitarra. Tive que me dedicar mais a esse instrumento para poder pegar o jeito! É um instrumento incrível, difícil de tocar, mas muito agradável! Tem uma sonoridade muito atraente, mas como eu disse, não é meu instrumento principal, sei o básico para me virar!

Márcio, muito obrigado pela entrevista. Deixe um recado para os leitores do site…

Marcio: Quero agradecer a você e ao André Sampaio pelo espaço, muito obrigado! Quero agradecer também ao Lailton Alves e ao Deivid Miranda da DPX editorial, ao Ivan Freitas da Music Maker Custom Guitars. Uso as guitarras do Ivan e são maravilhosas! E quero mandar um abraço para meus amigos de Facebook que tem acompanhado meus posts diários no site e também para todos que lerem essa entrevista. Muito obrigado mesmo!!!

 Adquira já o seu!

384353_345079878919814_998886784_n