Luiz Cláudio Sousa – Coluna Forma Musical


Forma Musical Canção

Esta coluna é dedicada à compreensão e apreciação da música através da análise musical. Partiremos do estudo de seus aspectos formais e idiomáticos, desmembrando as partes de uma obra musical em seus elementos constituintes e analisando a função destes elementos na estrutura.

Forma musical

A forma é um dos componentes da música como a melodia, a harmonia, o ritmo, etc. O conhecimento das principais formas musicais é fundamental para qualquer músico. Sua compreensão é útil na memorização e essencial na prática da improvisação, arranjo e composições.

Chamamos de forma a maneira como a música é organizada e para designá- la utilizamos letras subdividindo as idéias musicais.

Para começar, estudaremos umas das formas mais tradicionais do jazz: a forma canção.

Forma Canção

A forma canção normalmente apresenta uma estrutura básica de 32 compassos, divididos em quatro seções de oito compassos cada, a saber:
• A primeira seção apresenta o tema;
• A segunda seção repete o tema;
• A terceira seção apresenta um segundo tema e;
• A quarta seção de oito compassos reapresentará o primeiro tema.

Usando uma letra para cada seção temos AABA.

Para exemplificar a utilização des- ta forma utilizaremos o standard “Round Midnight” de Thelonius Monk. (Exemplo 1)

Casas 1 e 2

Na segunda seção de oito compassos (repetição do tema), podemos ter

Round Midnight

uma alteração tanto melódica quanto harmônica nos dois últimos compassos, mas, no entanto, este contraste não altera a estrutura da música.

Utilizamos a casa um e dois apenas para evitar escrever os compassos repetidos da primeira frase.

Coda

Aparece após a última seção (reapresentação do tema), e tem uma função conclusiva, afirmando a idéia temática. Na forma canção, a coda normalmente aparece com quatro compassos, mas pode variar de tamanho entre um e sete compassos.

Se a coda for de oito compassos podemos considerar como uma nova seção, levando sempre em consideração o material temático, motivos e harmonia.

No exemplo 2, uma coda gravada por Hélio Delmiro no álbum Compassos.

 exemplo 1

exemplo2

Forma Blues

Nas colunas anteriores analisamos os standards de jazz construídos sobre a forma canção e as suas variantes. Percebemos que geralmente as frases e seções musicais são divididas em número de compassos múltiplo de quatro e apresentam uma estrutura métrica clara, o que oferece ao músico espaço para improvisação e desenvolvimentos harmônicos.

Nesta coluna analisaremos uma das estruturas essenciais da musica jazzística: a forma blues.

O Blues normalmente apresenta um chorus de 12 compassos, formado por três frases de quatro compassos cada.  Nos primeiros quatro compassos é apresentada uma idéia temática que se repetirá nos quatro compassos seguintes; porém, com alterações melódico-harmônicas. Nos quatro compassos finais temos a conclusão do tema.

Usando uma letra para cada seção temos A A’ B.

Sobre esta estrutura métrica de 12 compassos ocorre um movimento harmônico baseado nos graus centrais da tonalidade:

I grau – Tonica;

IV grau – Subdominante;

V grau – Dominante.

Os compassos estão divididos de acordo com a maneira em que você deve segui-los: quatro compassos sobre a Tônica, dois compassos na Subdominante, dois compassos sobre a Tônica, dois compassos de Dominante e, finalmente, conclui-se por dois compassos sobre a Tônica.

tab 1

É importante salientar que todos os acordes apresentados são maiores com sétima menor (M7), sendo esta a característica mais marcante do blues. Assim, todos os acordes terão Fundamental, Terça Maior, Quinta Justa e Sétima Menor.

tab 2

No Exemplo 1 a música “All Blues”, do trompetista Miles Davis, segue a estrutura apresentada acima. Por ter um acompanhamento característico do arranjo da música, dividimos a partitura em 2 pentagramas, um para a melodia e outro para o acompanhamento (exemplo 2).

AB

exemplo 2

Nas próximas colunas falaremos das variantes formais do blues, como quantidade de compassos, estruturas harmônicas, cadências, breaks, turnarounds e blues menor.

Forma Musical Canção 2

Forma Canção – continuação

Em nossa coluna anterior de Análise Musical, abordamos o assunto da forma musical, e tivemos como exemplo a forma canção.

Agora, veremos algumas variantes desta forma e as estruturas que a fundamentam.

A estrutura AABA com 32 compassos é uma das estruturas mais recorrentes dentro da forma canção. Porém, podemos encontrar pequenas variações nesta estrutura, tais como:

A-A’-B-A; A-A’-B-B; A-A-B-C; A-A’-B-C; A-B-A-B; A-B-A-C; A-B-C-D; etc.

No Exemplo 1 temos a música Green Dolphin Street, com a forma: A-B-A-C.

A nomenclatura por letras indica as partes da forma, e cada uma das partes é caracterizada por uma nova idéia musical constituída de motivos e frases que a diferenciam das demais.

Vamos detalhar cada um destes componentes:

– Motivos

Pequeno fragmento musical, geralmente de três ou quatro notas, contendo uma idéia melódica, rítmica e harmônica. São apresentados no inicio do tema e a partir daí desenvolvem-se por meio de variações e repetições. O motivo é a célula geradora do tema, e tem identidade própria.

O exemplo 2 traz a parte A da música Autumn Leaves. Repare que o motivo inicial se repete a cada dois compassos.

 

– Frases

Como na linguagem, frase tem um sentido completo. Pode ser formada por duas semi-frases caracterizando pergunta e resposta. A conexão dos motivos gera as frases, que podem ter tamanhos variados. Na forma canção as frases normalmente são de quatro ou oito compassos, e apresentam estruturas harmônicas simples: II-V-I; VI-II-V-I; III-VI-II-V-I, etc.

Os finais de frases determinam a tonalidade de um trecho ou aquele que virá a seguir. Conhecemos estas conclusões, estes finais de frases, como cadência.

  • Cadência Perfeita: Também conhecida como cadência autêntica. Caracteriza-se pela resolução de um acorde de Dominante para o de Tônica. (V-I)
  • Cadência Imperfeita: Termina no acorde Dominante (I-V)
  • Cadência Plagal: Resolução de Subdominante para Tonica  (IV-I)
  • Cadência de Engano: Também conhecida como cadência interrompida. Caracteriza-se pela resolução de um acorde Dominante em um acorde Não-Tônico, normalmente o VI grau (V-VI)

Forma Blues

Nas colunas anteriores analisamos os standards de jazz construídos sobre a forma canção e as suas variantes. Percebemos que geralmente as frases e seções musicais são divididas em número de compassos múltiplo de quatro e apresentam uma estrutura métrica clara, o que oferece ao músico espaço para improvisação e desenvolvimentos harmônicos.

Nesta coluna analisaremos uma das estruturas essenciais da musica jazzística: a forma blues.

O Blues normalmente apresenta um chorus de 12 compassos, formado por três frases de quatro compassos cada.  Nos primeiros quatro compassos é apresentada uma idéia temática que se repetirá nos quatro compassos seguintes; porém, com alterações melódico-harmônicas. Nos quatro compassos finais temos a conclusão do tema.

Usando uma letra para cada seção temos A A’ B.

Sobre esta estrutura métrica de 12 compassos ocorre um movimento harmônico baseado nos graus centrais da tonalidade:

I grau – Tonica;

IV grau – Subdominante;

V grau – Dominante.

Os compassos estão divididos de acordo com a maneira em que você deve segui-los: quatro compassos sobre a Tônica, dois compassos na Subdominante, dois compassos sobre a Tônica, dois compassos de Dominante e, finalmente, conclui-se por dois compassos sobre a Tônica.

tab 1

É importante salientar que todos os acordes apresentados são maiores com sétima menor (M7), sendo esta a característica mais marcante do blues. Assim, todos os acordes terão Fundamental, Terça Maior, Quinta Justa e Sétima Menor.

tab 2

No Exemplo 1 a música “All Blues”, do trompetista Miles Davis, segue a estrutura apresentada acima. Por ter um acompanhamento característico do arranjo da música, dividimos a partitura em 2 pentagramas, um para a melodia e outro para o acompanhamento (exemplo 2).

AB

exemplo 2

Nas próximas colunas falaremos das variantes formais do blues, como quantidade de compassos, estruturas harmônicas, cadências, breaks, turnarounds e blues menor.

Forma Musical Canção 3

Forma Canção – JAZZ WALTZ

Nesta coluna veremos os temas jazzísticos em compasso ternário, conhecidos por Jazz Waltz. Estes temas aparecem normalmente sobre a forma canção, e por apresentarem três tempos por compasso, a acentuação dos tempos tem características que a diferenciam dos temas jazzísticos em compasso quaternário.

Para melhor compreensão deste estudo, devemos antes conhecer algumas características idiomáticas do jazz, tanto em compassos quaternários, quanto ternários.

A fórmula de compasso usual no jazz é o 4/4 com a característica acentuação dos tempos fracos: os tempos 2 e 4. Os primeiros registros dessa acentuação aparecem no estilo Dixieland (Original Dixieland Jazz Band – “ODJB” 1917), mas é no estilo Swing que surge a batida marcante da bateria, acentuando com as baquetas o segundo e o quarto tempos. No Jazz Waltz o compasso ternário tem a acentuação no terceiro tempo, ou no contratempo do segundo tempo.

Ao estudar um tema de jazz em 4/4 utilizando o metrônomo, você precisará de uma maneira que faça as pulsações caírem exatamente nos tempos 2 e 4. Para tanto, a figura rítmica usada é a mínima. Para o Jazz Waltz você tem duas opções: acentuar o terceiro tempo, marcando apenas a terceira semínima de cada compasso com o metrônomo; ou acentuar o contratempo do segundo tempo, o que soará como antecipação para o terceiro tempo, e a figura utilizada pelo metrônomo será de uma colcheia pontuada, porém, com jazz feeling.

Podemos dizer que Jazz Feeling é quando a colcheia aparece sendo executada com uma pronúncia característica, onde a primeira colcheia de cada tempo dura mais do que a segunda. É como se você tivesse uma tercina de colcheias em cada tempo do compasso e as duas primeiras fossem ligadas. Desta maneira, a primeira colcheia valerá dois terços de tempo, e a segunda apenas um. Outra possibilidade de análise é a comparação com o blues em 12/8 com andamento lento. Para os primeiros músicos de jazz, cuja leitura musical era muito precária, a escrita nessa fórmula de compasso geraria dificuldades na compreensão de determinadas figuras musicais. Assim, escrever em 4/4 considerando uma leitura tercinada das colcheias facilitaria a execução.

No exemplo, a música Blessed Relief do Frank Zappa, álbum The Grand Wazoo.

Untitled #5

Forma Blues

Nas colunas anteriores analisamos os standards de jazz construídos sobre a forma canção e as suas variantes. Percebemos que geralmente as frases e seções musicais são divididas em número de compassos múltiplo de quatro e apresentam uma estrutura métrica clara, o que oferece ao músico espaço para improvisação e desenvolvimentos harmônicos.

Nesta coluna analisaremos uma das estruturas essenciais da musica jazzística: a forma blues.

O Blues normalmente apresenta um chorus de 12 compassos, formado por três frases de quatro compassos cada.  Nos primeiros quatro compassos é apresentada uma idéia temática que se repetirá nos quatro compassos seguintes; porém, com alterações melódico-harmônicas. Nos quatro compassos finais temos a conclusão do tema.

Usando uma letra para cada seção temos A A’ B.

Sobre esta estrutura métrica de 12 compassos ocorre um movimento harmônico baseado nos graus centrais da tonalidade:

I grau – Tonica;

IV grau – Subdominante;

V grau – Dominante.

Os compassos estão divididos de acordo com a maneira em que você deve segui-los: quatro compassos sobre a Tônica, dois compassos na Subdominante, dois compassos sobre a Tônica, dois compassos de Dominante e, finalmente, conclui-se por dois compassos sobre a Tônica.

tab 1

É importante salientar que todos os acordes apresentados são maiores com sétima menor (M7), sendo esta a característica mais marcante do blues. Assim, todos os acordes terão Fundamental, Terça Maior, Quinta Justa e Sétima Menor.

tab 2

No Exemplo 1 a música “All Blues”, do trompetista Miles Davis, segue a estrutura apresentada acima. Por ter um acompanhamento característico do arranjo da música, dividimos a partitura em 2 pentagramas, um para a melodia e outro para o acompanhamento (exemplo 2).

AB

exemplo 2

Nas próximas colunas falaremos das variantes formais do blues, como quantidade de compassos, estruturas harmônicas, cadências, breaks, turnarounds e blues menor.

Forma Musical Canção 4

Forma Canção – BALADA JAZZ

Após termos falado sobre a forma canção e suas variantes, além dos temas jazzísticos em compasso ternário – Jazz Waltz –, abordaremos o termo balada em jazz, para encerrar essa temática.

A balada não é um tipo de estrutura específica, mas refere-se a temas apresentados em andamento lento; contudo aparece normalmente na forma canção – apresentada nas três edições anteriores. As baladas trazem em suas letras um forte apelo sentimental, o que não é diferente para a composição ou execução puramente instrumental.

Por conter esse carácter lento, a balada pode apresentar algumas diferenças idiomáticas com relação ao gênero swing (para conhecer mais detalhes sobre esse gênero, você pode consultar meu texto sobre jazz waltz, da edição 156). Uma destas diferenças é que a colcheia pode ser executada exatamente do jeito em que é escrita – colcheia em tempo real ou colcheia lisa -, ou seja, sem a pronúncia tercinada – jazz feeling. No entanto, é bastante comum ocorrer a simultaneidade desses dois tipos de pronúncia da colcheia, gerando um efeito polirrítmico: enquanto a “cozinha” faz o acompanhamento em jazz feeling, o improvisador utiliza o que chamamos de colcheia lisa, ocorrendo, assim, a superposição das fórmulas de compasso de 12/8 com a de 4/4.

O improviso, na maioria dos temas de jazz, acontece sobre o chorus, ou seja, a forma apresentada pelo tema. Na balada, a maneira de improvisar nem sempre equivale a essa forma mais convencional, pois por conter um andamento lento ela normalmente confere a cada improvisador uma seção para o desenvolvimento do seu solo, e é aí que encontramos a segunda principal diferença desta forma em relação ao gênero swing. Quanto ao termo chorus, vale salientar que ele se originou do fato de que nas primeiras canções os músicos improvisavam somente no refrão (chorus), mas que, atualmente, tocar um chorus significa improvisar sobre toda a extensão do tema – incluindo sua métrica, estrutura harmônica, ritmo harmônico e quantidade de compassos.

Um bom exemplo para ilustrar uma balada é Body and soul de Johnny Green, que está na forma canção AABA e em andamento lento.Body and Soul

Forma Blues

Nas colunas anteriores analisamos os standards de jazz construídos sobre a forma canção e as suas variantes. Percebemos que geralmente as frases e seções musicais são divididas em número de compassos múltiplo de quatro e apresentam uma estrutura métrica clara, o que oferece ao músico espaço para improvisação e desenvolvimentos harmônicos.

Nesta coluna analisaremos uma das estruturas essenciais da musica jazzística: a forma blues.

O Blues normalmente apresenta um chorus de 12 compassos, formado por três frases de quatro compassos cada.  Nos primeiros quatro compassos é apresentada uma idéia temática que se repetirá nos quatro compassos seguintes; porém, com alterações melódico-harmônicas. Nos quatro compassos finais temos a conclusão do tema.

Usando uma letra para cada seção temos A A’ B.

Sobre esta estrutura métrica de 12 compassos ocorre um movimento harmônico baseado nos graus centrais da tonalidade:

I grau – Tonica;

IV grau – Subdominante;

V grau – Dominante.

Os compassos estão divididos de acordo com a maneira em que você deve segui-los: quatro compassos sobre a Tônica, dois compassos na Subdominante, dois compassos sobre a Tônica, dois compassos de Dominante e, finalmente, conclui-se por dois compassos sobre a Tônica.

tab 1

É importante salientar que todos os acordes apresentados são maiores com sétima menor (M7), sendo esta a característica mais marcante do blues. Assim, todos os acordes terão Fundamental, Terça Maior, Quinta Justa e Sétima Menor.

tab 2

No Exemplo 1 a música “All Blues”, do trompetista Miles Davis, segue a estrutura apresentada acima. Por ter um acompanhamento característico do arranjo da música, dividimos a partitura em 2 pentagramas, um para a melodia e outro para o acompanhamento (exemplo 2).

AB

exemplo 2

Nas próximas colunas falaremos das variantes formais do blues, como quantidade de compassos, estruturas harmônicas, cadências, breaks, turnarounds e blues menor.

Forma Blues 5

Forma Blues

Nas colunas anteriores analisamos os standards de jazz construídos sobre a forma canção e as suas variantes. Percebemos que geralmente as frases e seções musicais são divididas em número de compassos múltiplo de quatro e apresentam uma estrutura métrica clara, o que oferece ao músico espaço para improvisação e desenvolvimentos harmônicos.

Nesta coluna analisaremos uma das estruturas essenciais da musica jazzística: a forma blues.

O Blues normalmente apresenta um chorus de 12 compassos, formado por três frases de quatro compassos cada.  Nos primeiros quatro compassos é apresentada uma idéia temática que se repetirá nos quatro compassos seguintes; porém, com alterações melódico-harmônicas. Nos quatro compassos finais temos a conclusão do tema.

Usando uma letra para cada seção temos A A’ B.

Sobre esta estrutura métrica de 12 compassos ocorre um movimento harmônico baseado nos graus centrais da tonalidade:

I grau – Tonica;

IV grau – Subdominante;

V grau – Dominante.

Os compassos estão divididos de acordo com a maneira em que você deve segui-los: quatro compassos sobre a Tônica, dois compassos na Subdominante, dois compassos sobre a Tônica, dois compassos de Dominante e, finalmente, conclui-se por dois compassos sobre a Tônica.tab 1

É importante salientar que todos os acordes apresentados são maiores com sétima menor (M7), sendo esta a característica mais marcante do blues. Assim, todos os acordes terão Fundamental, Terça Maior, Quinta Justa e Sétima Menor.

tab 2

No Exemplo 1 a música “All Blues”, do trompetista Miles Davis, segue a estrutura apresentada acima. Por ter um acompanhamento característico do arranjo da música, dividimos a partitura em 2 pentagramas, um para a melodia e outro para o acompanhamento (exemplo 2).

AB

exemplo 2

Nas próximas colunas falaremos das variantes formais do blues, como quantidade de compassos, estruturas harmônicas, cadências, breaks, turnarounds e blues menor.